Lembro-me bem. Em uma ensolarada
e quente tarde em um domingo de novembro, foi dito: “Nós vimos que ela não
estava feliz com a situação”. Não precisava ser nenhum gênio para notar tal
fato. A moça estava triste e ficava a cada dia mais desesperada para reverter a
situação e finalmente viver seu amor, até então proibido.
Depois de muita espera e
insistência, enfim puderam concretizar seu relacionamento. Mas como nem tudo é
o que parece, eles perceberam que, na realidade, não tinham autonomia para ser
felizes juntos, à sua maneira.
A moça vive momentos felizes.
Momentos rasos de felicidade que vêm e passam tão depressa... O rapaz vive em
agonia, por estar sempre de mãos atadas quanto a essa situação. Mas a pergunta
que tem me incomodado há algum tempo é: Eles não vêm que agora ela encontra-se
ainda mais infeliz?
Um pássaro aprisionado em sua
gaiola sente-se mais livre que ela. Acontece que a cada dia a menina piora. Mais
sensível, mais revoltada, mais triste. Tenho medo de que venha a adoecer. O que
a mantém lúcida é o amor dos dois, que é o que há de mais sublime em suas vidas
e a esperança de tudo isso mudar.
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