E revirando uns papéis há tempos guardados, encontrei um
cartão que realmente mexeu comigo. Um cartão de Natal de uns quatro anos atrás,
quando a vida era mais simples e era mais fácil notar os verdadeiros amigos.
O cartão foi escrito por uma amiga verdadeira. A primeira
amiga da vida, aquela que me acolheu quando eu cheguei, aos cinco anos, a um lugar
estranho. Quando muitos tentaram me excluir, ela foi a única que me estendeu a
mão.
Construir essa amizade foi a melhor experiência da minha vida, mas eu vacilei,
me deixei levar pelas circunstâncias em certo momento e pus tudo a perder. E
assim a amizade para a vida inteira se desfez, sem aviso prévio, sem motivo.
Mas o carinho ainda existe, as lembranças nunca serão apagadas da memória. E
quando encontrei aquele cartão, revivi cada uma delas, foi incrível. Uma amizade única. Nunca precisamos falar para
nos entender. Podíamos ficar horas sentadas sem nada falar, ou então ficar
horas falando sobre tudo que estaríamos felizes apenas por estarmos na
companhia uma da outra. Mas era mais comum que falássemos, nunca gostamos muito
do silêncio e ele sempre foi raro, considerando as tagarelas que sempre fomos.
Não gosto de pensar que a amizade chegou ao fim, sabe? Não tivemos briga, não
tivemos discussão, o que houve foi um afastamento. E eu sei que na hora certa,
quando ambas estivermos preparadas nos reaproximaremos. O destino dá conta de
pôr tudo em seu devido lugar, no devido momento. Ela sempre poderá contar
comigo na hora em que precisar e eu sei que, no momento em que eu precisar da
ajuda dela, ela estará ali. Porque amizades como a nossa não acabam nunca, não
importa o tempo que passe.
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